Sábado, 20 de Janeiro de 2007

Isto é verdade, não é só uma piada...

Caríssimos amigos,

 

            Este país vai de mal a pior, e se não tomamos uma atitude não ficamos pela «tanga», mas acabamos completamente despidos…

            Neste momento já andamos despidos, pelo menos algumas pessoas, de responsabilidades, de palavra, no seu sentido mais profundo, de frontalidade…

            O caso que vou apresentar poderia bem ser utilizado pelos vários humoristas que nos assaltam a casa a partir da televisão, mas sendo algo tão baixo e tão frustrante nem se dá conhecimento (pois…não convem!).

            Os alunos da classe de flauta transversal da ESMAE (escola superior de musica e artes do espectáculo do porto), tal como todos os outros pagaram as suas propinas, e tal como todos os outros foram para a escola para terem aulas, a verdade é que neste ponto as coisas já não acontecem tão lineares, pois estranhamente estes não tiveram a disciplina principal do seu curso!

            Voltando atrás no tempo…

            O professor que leccionava apresenta a sua reforma.

            Abrem os pré-requesitos para este curso.

            Dão-se as provas onde são seriados os alunos.

            Começam as aulas sem professores!

            Algo me escapa!

            Na verdade não consigo perceber como pode acontecer uma coisa destas no ensino superior em Portugal, e principalmente como podemos falar de um maior nível de ensino quando ainda acontecem coisas assim.

            As aulas de flauta só tiveram início no mês de Janeiro do ano corrente, com novos professores, tendo sido estes escolhidos por concurso, concurso este um pouco confuso, quer em prazos, quer em critérios de seriação, pois os resultados só foram afixados um mês depois da seriação (tanto tempo? A Floribela repete no outro dia!!!)

            Até então nunca os alunos receberam uma informação condigna e precisa, pois em muitos casos existiram informações contraditórias, e chegou mesmo ao ponto de alunos receberem respostas como «há coisas mais importantes que as aulas de flauta!!!»,  quando as pessoas não sabem o que dizem, mais vale…

            Como é normal, e sendo um direito dos alunos, estes preocuparam-se em saber para onde tinha ido o dinheiro da sua propina, pois pagaram por uma coisa que não tiveram, e a resposta sempre foi que essas aulas iriam ser repostas, o que na verdade sempre foi um «tapa olhos», pois estas aulas nunca vão ser repostas, e mesmo que fossem nunca teriam o mesmo aproveitamento que no calendário normal.

            Então para onde foram as propinas dos alunos?

            Se os alunos são quem faz funcionar uma escola não deveriam ser estes os mais bem informados, e com primeira prioridade?

            Se isto continua assim onde vamos parar?

 

            Não deixemos que mais «fraudes» como estas ocorram nos nossos dias, e por isso peço as pessoas que dizem ser pessoas com responsabilidades para reverem as suas prioridades.

 

 

Abraço deste vosso amigo

 

                                      Simão Francisco

 

publicado por simaofrancisco às 01:37
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3 comentários:
De Lígia a 21 de Janeiro de 2007 às 14:38
Infelizmente este é só mais um episódio que define este país. Pelo menos neste caso a parte lesada mostra alguma resistência e contraria a tendência portuguesa para a apatia. Como aluna da classe gostaria de agradecer à grande maioria dos flautistas por estarem acordados e activos. Se voces dormissem no assunto eu sozinha não faria nada, por mais que me revoltasse.
Vamos então continuar com a luta alunos vs escola e dps o Simão informa aqui o resultado.
De ligia a 21 de Janeiro de 2007 às 14:49
atenção pessoal. esqueci de um pormenor.
salva de palmas à veia poética do Simão.
Não conhecíamos esse lado.
Só falha uma coisa, faltam fotos da classe de flautas na tua galeria de fotos.
De André Ramos a 2 de Fevereiro de 2007 às 15:25
Simão, amigo, poeta!

Em primeiro, uma vénia a essa veia poético-literária. Julgavas que íamos só ler o nosso artigozinho, não....? E alinho com a Lígia, TAH MALE porque faltam fotos da classe de flautas. Também não tiveste muito tempo para as tirar, as aulas começaram "ontem", hihihi!

De todo o teu artigo gostei especialmente da parte... da Floribella, que repete logo no dia seguinte! Essa foi de partir o coco, verdadeiramente sarcástica e verosímil!

De facto, o ensino superior não é tão superior quanto se poderia pensar. E falo de experiência própria, já que é o segundo curso que tiro, e os mesmos problemas persistem. As propinas, em vez de contribuirem para o incremento da qualidade de ensino, servem para fazer face a despesas correntes da escola, fruto de uma política de financiamente completamente desadequada da realidade, particularmente da nossa - um curso artístico, sem possibilidade de ter turmas de 120 pessoas, como já apanhei em Psicologia.

O ensino Politécnico até era visto numa atmosfera de equilíbrio face ás descompensações evidentes. Agora, confunde-se com o demais ensino Universitário, patente no absurdo da nossa situação e do comportamento das pessoas dentro de um papel Institucional de relevada importância. Dizer que "há coisas mais importantes que as aulas de flauta" é, como o adágio, "sacudir a água do capote". Basta de facilitismo e irresponsabilidade; basta serem sempre os mesmos a pagar a factura. BASTA!

Continua a escrever, pode ser que sejas contratado para os próximos sketches do gato Fedorento...!

Bjs... ao gato, hihihi!
AndréR

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